terça-feira, março 27, 2012

para uma querida amiga

tem algo que não se aquieta.
esse bicho silencioso. sem gosto.
esse ácido sulfúrico,
esse nojo.
no fundo da garganta,

no fundo do osso.

espero passar a dor mais densa,
in-censo.

espero,
imenso
o mar brotar
do pântano.

quarta-feira, março 21, 2012

açucar candi

Eu lembro de você como a doença mais doce.

domingo, março 11, 2012

Holga

A imagem repetia, repetia em versos, cores estranhas, textura. Imagem repetida de um som. Som repetido de um pensamento. Pensamento emocional. Sensação.
Assim, no fundo da sua cabeça, era perceptível o abismo. E era muito pouco.
Ralo o temperamento, o pó era fino. Arestas macias confirmadas, testes hetorogeneos,
nada como antes. Persistia o nó abismal das feridas abertas.
A imagem repetia, repetia em versos, cores estranhas, textura. Imagem repetida de um som. Som repetido de um pensamento. Pensamento emocional. Sensação.

segunda-feira, março 05, 2012

velvet

é proibido, ou muito difícil, encarar esse rosto. deixar a voz soar, pelas paredes, em cada degrau, na fruta de cada cacho, no sol derrubado pelo chão. os cristais podem quebrar, e eu não sei consertar.
quando a voz chega não há mais nada que se possa fazer. atinge o botão, atinge a direita extrema, atinge o local quente e extremamente escuro. uma vez lá não há nada que se possa fazer. a não ser esperar. algo. amanhã. depois de amanhã. esperar que a voz volte. esperar algo da voz. esperar que o som acabe, e voltar mais uma vez a repudiada paz.