quinta-feira, agosto 16, 2007

turbilhão da vida

passam os seus olhos mudos pela rua,
passam nus, mas não vêem nada.
atrás das cadeiras de vime,
perto de onde os sorrisos não mais tocam,
eu não te guardo.
teus olhos
estão cegos de dentro para fora.

minha boca está seca nesses seus olhos,
eu te peço, te rogo, alguma palavra.
sempre fomos tão mudos,
mesmo quando eloquentes,
a ordem das palavras nunca mudou a ordem do silêncio.

escuta
os olhares que passam na rua.
o teu sorriso não aguarda,
nem sequer teus braços prendem.

2 comentários:

Anônimo disse...

e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.

Anônimo disse...

tudo entre parentesis