terça-feira, janeiro 31, 2006

a amava com a intensidade dos tímidos e a insistência dos tolos

seu gosto ficou de vez, teu cheiro, na minha cara.
sem lembranças, as memórias estão presas no meu corpo.

mas o corpo respira, e pensa.
não consigo evitar que pense.'
desejo.

gostos e bocas.

vale a pena ouvir

After Hours
Velvet Underground

1-2-3
If you close the door, the night could last forever
Keep the sunshine out and say hello to never
All the people are dancing and they're havin such fun
I wish it could happen to me
but if you close the door, I'd never have to see the day again.
If you close the door, the night could last forever,
Leave the wineglass out and drink a toast to never
Oh, someday I know someone will look into my eyesand say hello -- you're my very special one--but if you close the door, I'd never have to see the day again.
Dark cloudy bars
Shiny Cadillac carsand the people on subways and trains
Looking gray in the rain
As they stand disarrayed
And if you close the door, the night could last forever.
Leave the sunshine out and say hello to never
all the people are dancing and they're having such fun
I wish it could happen to me'
Cause if you close the door,
I'd never have to see the day again.
I'd never have to see the day again.
(once more)
I'd never have to see the day again.

tem muito a ver.
achava que nunca teria essa capacidade de intimidade assim assado.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

um instante maestro

as palavras nem sempre compreendem a verdade.
por um instante achei que seria o tão esperado ponto final,
mas agora percebo,
nunca teremos ponto final..
pelo menos assim espero.

tua mão procura a minha - fujo,
segundos depois as procuro, e já não estão lá.
paradoxal como é,
amor - amplo e bonito.
mas insustentável.
essa era a palavra não é?

domingo, janeiro 22, 2006

i'm finding it harder to be a gentlemen

não estou mais entendendo nada
isso dá uma aflição danada
pelo menos vai perdendo as ilusões
endurecendo qualquer resquício de ternurna

todo mundo quer ser descoberto
é verdade
mas tem uma hora que tem que pensar,
e fazer um royal flesh

acordei -
miojo nas paredes
cigarro no chão

o jack white tem cara de ser maluco e endurecido
e parece muitíssimo inteligente.
- and i got mud on my shoes -

só queria fazer um soneto bicho.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

a racionalidade e o amor (em francês)

antecipa os tropegos ébrios do espírito
e vai na contramão de todo resto.
sai a destrinchar conceitos,
esmiuçar possibilidades,

e esqueçe que o encanto,
não pode ser provocado.


não é para admirar,
e sim para sentir, porra.

domingo, janeiro 15, 2006

lembrando-se:

o vazio naum pode ser descrito por palavras.
o vazio é a ausencia delas.
é não entender nada disso.
eu e meus valores, minhas loucuras.
no meio disso tudo, que é muito maior que eu.
e dessas pessoas que mesmo assim eu amo.
e quero.
mas.
isso tudo é mais forte que nós.
escuta meu pseudo guardião, werther.
obrigado por gostar de mim, me dar tudo o que você me deu.
me ensinar tudo.
está claro, acabou.
e mesmo assim, sem volta, nem recomeço...
eu te amo.







tem pessoas que são lindas, mas não são tão bonitas assim.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

i me mine ou tentando quebrar o maldito vaso chinês ou as primeiras palavras de emily claudel ou ainda como dissuadir uma toupeira em cinco lições

é preciso ser tão sujo pra ser livre prozac é limpo prozac é elegante (a famosa moralidade) enfim ser livre tão burguês e tão popular o engraçado é que ela veste calças de pijama minha madame é elegante porque não é livre mas veste calças de pijama e incluindo nesse papo de liberdade eu continuo e digo que não permitiria um "é" sem acento poxa isso me deixaria bolada tanto como é difícil mudar de assunto sem pontuar e o pior é que de fato não está nem perto de ser original está a galáxias de ser original (pegou pegou galáxias) acho que galáxias tem vírgula mas parenteses meu deus como sinto falta das queridas reticências puts melhor desabafar essa necessidade por teclas proibidas pondo várias palavras bem acentuadas tal qual ahn ahn inconstitucionalicimamente isso é a infancia de todo bom adolescente e coisas como péeeezinho ótimo simplesmente ótimo infancia de merda o denis falava de uma menina da vila ele disse que ela é legal mas que ela achava bonito ser feia eu pessoalmente achei bonito ela achar bonito ser feia mas acho que o que gosto mesmo é da sujeira dela a sujeira que eu não sei se é dela ou do azul acho que se confunde e talvez quando ela vai cheirar uma carreira no banheiro do azul acho que eles viram um só puta troço bonito os dois vão viver pouco mas quem que não vai viver pouco hoje em dia?

-me sinto péssima baby,
(mil cigarros)
um desconsolar tão sozinho e igual,
quem ligará?

pois é...
prozac é elegante.

(o legal dos personagens, é que eles são a personificação das mentiras e das perversões... ainda mais se você pega um wilde, ou coisa que o valha..)

quinta-feira, janeiro 12, 2006

causa/consequência

popoctpoctpopoctpoct.
décimo quinto andar.
luís do bar se masturba ao som de um rockabilly.

esquina da augusta com a antonio carlos.
o vento leva a garçonete vegetariana a arrumar os cabelos castanhos, com uma graça tão emblemática, que o cara com o rim zoado que, por sinal, acabava de voltar da consulta médica virou a cabeça pra trás, afim de poder observar, e, fatalmente, perdeu alguns instantes de sua vida.
mas ele não tem a menor chance. ela estava a minutos de se encontrar com sua muito esbelta namorada. sim, sim...
o joca já havia me dito.
ele pegou as duas no banheiro...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

i can watch the country side

eu não devia beber, nem ficar com os seios a mostra: faz mal pra minha garganta.
eu não devia falar eu, é proibido.
eu não devia seguir leis.
eu não deveria reclamar e me sentir miserável.
eu só devia me sentir masoquista na depilação.
eu só devia me permitir bular essa rigorosa seleção de normas por causas nobres.
eu queria jogar sinuca.
eu queria liberar minhas tensões sexuais.
eu queria me sentir livre.
eu queria poder escrever tudo o que me passasse na minha cabeça.
eu queria ser idiota (ou corajosa) o suficiente pra mandar tudo a merda.
eu queria ter histórico relaciomental com quase todo mundo.
o arcade fire podia me seguir o dia inteiro.
mas hoje a noite tá tão escura.
e eu preciso me esquecer que ela tá escura?
porque?
porque?

i've been leeeeeeeearning to drive, my hole life.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

costurandopalavras

o fim e o começo: recapitula todo o excesso: sai e entra: abre mil portas: deixa-as abertas: e persistiria tanto: o vazio teria oculto em si: o infinito


..............................................................................................................o infinito

fuvest

eu não quero mais. de verdade.

sábado, janeiro 07, 2006

is strange to dance so soon??

pouca convivência, de palavras mortas, e emails nesse entremeio, me lembram de cartas de quem já não se vê, mas de certa forma se importou. de quem num dia (qualquer por excelência), tem um chiste, e se lembra, em um ou dois vagos momentos. entra aí o flash de um sorriso incosciente de si, e pequeno, um sorriso que por isso mesmo, é puro gozo. e segue a vida desnaturada e arrebanhada da humanidade.
daí seguem-se as cartas, que por serem distantes, e por tentarem inultilmente (e sem mta força em verdade) resgatar alguma vida, como que extraindo de um fruto seco qualquer tentativa de suco, tem um tom esguio e bonito, com alguns floreios e outros borrões (algo tem q denunciar a assiduidade de harry potter). você já descobriu a importancia de ser feliz? de ir no cinema, de ir no teatro, de levar semi acordado essa vida em cima do caminho de pedras? passo atrás de passo, e o horizonte sempre visível, e sempre temível. eu não. queria q você me explicasse se pudesse, você parece saber... mas ora, me dizem que as razões são sempre próprias! pois espero que naum.. espero que se salvem, me salvem, que talvez não seja próprio, mas sim um segredo bem guardado.
talvez seja preciso conhecer-te a si proprio, pra aprender como satisfazer-se.
qr dizer, é sempre assim, naum é...?
são quase três, e você sabe ser feliz. pensar... esse é o veneno.. ler também é muito destrutivo... solucionar... isso é do demonio.. o primordial é manter-se na satisfacao propria, masturbaçao, consumismo, massageaçao de ego, tdo isso... no ciclo ínfimo, consumir, vazio, consumir, vazio, mais mais mais, e as vezes a overdose... o.d.... pois é, cada vez mais a luz traz as trevas, a luz, desse pessoal porcalhão..
quando voltar, esperarei, q você chegue baixinho no meu ouvido, e conte, o segredo de ser feliz.

obs. vê q a pergunta modificou??? pois isso significa que eu sei a resposta, eu algum lugar, só naum me permito saber, por causa de algum mecanismo de defesa... não têm o mínimo sentido.é preciso coragem, e isso é parte do processo todo. acho que sei a resposta, mas não sei a pergunta..
sofia, minha mente me perturba.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

the arcade fire - neighborhood 1# tunels

tava tocando a história fantástica dos túneis da neve,
em que eles deixaram o cabelo crescer e esqueceram tudo o que sabiam.
foi fantástico.
a chuva tava lá fora,
e de alguma maneira o atrito do pneu deixava aquele solo leitoso e escuro,
quente.
pelo meu ouvido, pela minha boca, até pelos olhos,
saia um troço que me enchia o peito,
um troço espiritual quase líquido.

e esse troço, e o asfalto, e a música, e principalmente a escuridão,
tinha tudo uma leve impressão de que todas as concepções tavam erradas,
e que a matéria corria livre por debaixo dos olhos preguiçosos.
a matéria era livre.
e nesse instante a melodia ficou tão bonita.
que deu vontade de se chamar de lírico, ou sei lá.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

joão gostoso

sujeito grandalhão - acabado - cara de policial com dor de dente. Entra pela edícula direita, segue pelo patamar e alcança o banheiro.

- Já não somos crianças, os rostos não conseguem mais fingir não enganar (perderam a ignorância). Sempre máscaras. O rosto no deserto não tem forma, mas basta alguém olhar, que ele se transforma num holograma (entre mil). Os olhos, o olho, é a única coisa que resta de vivo, de real. É como um pequeno animal assustado, acuado na caverna. Estamos quase sempre perdidos.

Observa as rugas, os vincos, observa a pele cada vez mais grossa. Camadas e camadas de amargura...
Ele olha, as rugas vivas, a lhe magoarem o rosto, o sujeito liquidado.

- Dois espelhos postos um em frente do outro, abolutamente paralelos.
O que eles refletem? O que eles refletem??

Um instante diferente, e ele não seria o mesmo. No entanto, ele forma uma unidade, e essa certeza o dilacera. Ele pensa, ele e o corpo. Um só. Não poderia ser de outra maneira.