quarta-feira, janeiro 30, 2013

sexta-feira, janeiro 18, 2013

rios

o cheio e o vazio
me enchem
e me esvaziam.

sinto os dois dançando dentro de mim,
e posso suportar.

as minhas costas, o meu peito,
carregam uma angustia que tento compreender.
é pelo que fiz?
é pelo que fizeram?
ou é pelo susto do amor,
de de repente se ver direcionado ao não amor.

de um dia pro outro,
ouvir a voz familiar dela,
e sentir uma distancia infinita.

comprei velas e ainda não acendi.
também pedirei por mim, por ela, e por todos.
é importante pedir.

nossos caminhos se despediram como dois rios,
no dia da maior tempestade do ano.
abruptamente, como dois rios, e uma pororoca.

é belo o dia descortinado por essa torrente.
o dia novo, mais calmo, cheio de vazio para preencher,
e de vazio para continuar.

estou aprendendo muito. e muito de uma vez.
quero aprender muito mais e continuar.
quero chegar mais perto da luz, do calor, do cheio e do certo.
também quero isso para você.

vai demorar um tempo para curar as feridas externas,
as internas talvez muito mais.
talvez um dia a gente possa se encontrar na rua sem dor.
como dois rios.
como dois rios que seguem o seu caminho.

quinta-feira, janeiro 10, 2013

manuel sá

Entre o som de britadeira do novo "millenium excellence" a ser construido na minha rua, sou devolvida ao meu tamanho original. É hora do almoço de um dia de semana dessa meia férias. A irmã entra no quarto e trovoa suas questões. A amiga no facebook reclama do ex namorado. Espero um compromisso se confirmar ou desconfirmar. Enrolo para começar a trabalhar. Os problemas da vida, como itens num excel imaginário, vão ficando menorzinhos. Pequenos e talvez deliciosos como amoras.
Do tudo ao nada, da vida a morte, da crise a ponte, fico em casa saboreando nos beiços o gosto do café depois do almoço. "nada de novo sobre o sol! o que existe é o mesmo ovo de sempre, chocando o mesmo novo".
Muito prazer.
Sem pensar em arrancar as tripas sinto a verdade de uma tarde nublada que se esconde entre sensações e pequenas verdades. Encontros fortuitos, páginas roubadas de um livro. Um filme que extingue a tristeza.
Volto ao gosto amargo, ao gosto salgado e ao gosto doce. Parto desse chão de estrelas inventadas no céu da boca. Se é para inventar, vamos inventar oasis, vamos inventar idílios! A dor é 82% ilusão. Vamos ilusionar alegria! Que a vida é mais terra do que céu.