então ela passava as tardes olhando para ele. aflita. implorando por suas penas. rememorando o tempo em que ele permitia seus passos. lembrou do vôo, da queda, do coice. lembrou e quis de perto o corvo. passar os dedos sobre seu bico aflito. a penagem afiada. quis antes o tudo. e talvez se cansara. embaixo dos seus pés o labirinto era o mundo. acima, o céu infinito - inacessível.
segunda-feira, junho 13, 2011
besteira
castiçal de aço não quebra. ele pensou na dureza dessas palavras e as lançou no ar: passarinhos de muitas cores apontadas: flechas. nada era inútil para aquele intuito. o vinho borbulhava o vermelho do céu de cólera. ariadne gritava presa no labirinto, implorando perdão. era soda cáustica o karma espalhado sobre suas palmas. o fio anoitecia os desígnios. tudo que era sabedoria matéria de se perder. mirava o topo da janela e o corvo transparecia indiferença no olhar. mas ela sentia que se movesse mais uma pena ele devoraria seu fígado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
nossa!
http://www.arquivors.com/borges2.htm
Postar um comentário