quarta-feira, junho 01, 2011

aquilo

ela: delicada, quase vinte anos, contando ladrilhos azuis esperando por ele.
ele: do tipo sempre atrasado, com a barba imberbe e orgulhosa dos 18 anos e meio.
eles: olhando-se tímidos enquanto a mesa girava. - que faculdade cê tá tentando prestar? - girava - prefere bigode ou barba? - girava - bebe mais uma? - girava - gim com limão - girando.
e ali, num fundo de garrafa qualquer
restava o essencial preciso
entre o Antes, e o Aquilo.

Antes de todas as intenções se desabrocharem com o teor do álcool,
em cama, língua e esfinge.
Aquilo que é mais que nada,
muito menos que tudo ainda que nunca será.

banais os copos vazios,
os assuntos estraçalhados em plena terça feira,
a inútil madrugada.

entre o Antes, e o Aquilo,
humilde reinava,
em cheio o instante.

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