um acorde maior
com vontade de ser sustenido.
às vezes sobra um assobio,
um irrito quase calado
de um ato que não convém.
às vezes sobra um hiato,
o espaço cavado
em prosa e pressa
entre um encontro que vai
e um desencontro que vem.
cheguei em casa com as botas cheias de lama,
pensando a cada passo,
assistida pela lua.
pensei numa alegria,
ou quiçá senti.
meu coração palpitou, sem saber.
e eu pensei,
que mesmo com tanto desencontro
a emoção balbucia um encontro.
palavras bêbadas
de uma boca geminiana,
a síntese é rala:
às vezes o encontro acontece,
e pode durar um dia,
um feriado, um segundo prolongado,
um milésimo.
às vezes, tão raro,
e mesmo assim se esquece.
com a pressa do desapego da grande cidade,
um encontro e um silêncio denso criado depois dele,
dilatando nostalgias de estação.
um sorriso no meio da escuridão.
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