não tinha café,
não podia fumar.
decidiu estar com saudades,
por hábito,
ou ainda,
por tédio.
olhou sem muita pressa os retratos de um passado recente.
a dor de estômago pedia atenção
(as fotos não).
passava uma por uma,
como quem olha os pássaros na rua,
e não os nomeia:
de tutu, jeremias ou eleonora.
a chamavam do outro lado da rua,
até iria,
depois a solidão seria mais macia,
e mais pura.
voltaria pro seu quarto,
sentiria cada músculo,
o corpo de um adulto.
as roupas estiradas no chão
teriam algum conforto guardado.
o vento traria alguma doença,
e na pouca morte um corpo que treme,
vivo,
certamente.
saberia traçar planos rudes,
e guardar segredos covardes.
porém, tudo ruiria,
bastasse um aroma
suspenso no ar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário