sexta-feira, fevereiro 01, 2008

rubens

os ventos que vem do mar, de mim não tomam conhecimento. perdendo quem quer das odisséias voltar, levando embora quem nunca partiu. com poucos escrúpulos, adentram nossas cidades, mudando os fluxos do dia, fazendo-nos ao abrir das janelas nos defrontarmos com as manhãs cinzas, brancas, e mesmo azuis, conforme os seus caprichos.

os ventos não favorecem ninguém, não se importam se já amanheci triste. pois se postam cinzas como memórias, e então chovem quando não há mais nada a fazer. há , porém, em dias como esses - arrogantes, malditos - outros meios pelos quais o sol, de mim, se aproxima - contrariando a vontade daquele que desconheçe meu nome. então, apesar da chuva, posso tocar o limiar virulento da vida. dias esses em que posso, além de todos os pré-nomes dados sem perdão, apenas sentar-me dentro de outros olhos e me reconhecer viva. lado a lado com um raro sujeito, sem grau algum de miopía na alma vasta.

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