terça-feira, outubro 20, 2009

para tito que há de lembrar

um pouco erradamente torta aquela dor que se acertava exata dentro e fora do seu chápeu. no metrô, ou no ônibus, se os pegasse, nos passos talvez pela cidade; mas não, pois só andava no carro que a levava e principalmente a levava embora dos lugares que era possível ser melhor ficar. o pensamento sempre em outro lugar, não por ser melhor, mas por ser outro, plano detalhe nos pés inquietos, os olhos estrangeiros, os hábitos os mesmos, mas não a pátria. punha as mãos nos bolsos pra melhor se proteger, das intempéries sociais que tanto a acometem, mentir para se safar, os personagens criados, retroativos, bem ou mal criados, sempre vivos. era assim que percorria as esquinas temáticas, bares, faculdades, bocas cheias de dentes, alguns estômagos de poesia. ainda a menina, que ela gostava tanto inteira, o corpo conversando, papo mole e bom, dizendo besteiras, e às vezes (só às vezes) passando a mão. a menina ela amava, e isso diferia, pois quando não mentia era não mentira bruta, de um estar quase vida, que se chamava bem. o resto continuava como devia de o estar, a velocidade dos trens, os hábitos equacionados das rãs e dos telescópios, a vida que se esvaia ia ia ia... vaia para essa vida, ela era da poesia, mesmo a antiga e quase esquecida poesia da matemática das flores.

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