sábado, outubro 16, 2010

En

hoje fomos espinho.
gosto áspero na palma
das sobras descuidadas da doçura.

olhando você passar
meus bolsos se encheram de coisas
- moedas palavras pedras.
juntei todas elas na mão com calo e sangue
e quis te dar.

poderia escorrer seiva
entre um nós forte
(pele de árvore),
ou fruto ruivo selvagem.

era melhor que você se fosse.
e eu me calasse.

ainda destilo nas mãos
o silêncio denso do cheiro das flores.

Um comentário:

Luciana Ponce disse...

Bonito isso.