terça-feira, outubro 19, 2010

olhos

martela as teclas de madeira antiga. embora a luz amena, nada na sala te acalma. cada nota gritada, a falta de ritmo escandaliza
os vizinhos ausentes.
eleva
embora os pés tijolos no chão.
não há nada que se beba antes do fim.
o concerto se baseia em vapores mais sutis,
os olhos
mais claros pela mentira contada
coragem da verdade daquele momento.
enquadrada pela janela, a outra
vida.
fora
todo calor se dissipa.
o ódio tornando quase harmônico pelo esmurrar do piano,
crê em um deus da ira.
o fora lá é ensolarado,
a menina passa olhando para dentro e nada vê.
é como conversamos e você se detém nos meus olhos,
minhas janelas estão embaçadas.

Nenhum comentário: