quarta-feira, novembro 03, 2010

agreste

rachada a parede agreste, terra solta, várzea de água escorrendo ligeira por entre as escoriações. a carne dessa casa de memória e tato. secura escura, se água espessa. há voz, ecoa por entre as paredes. nua, metálica. portas se perdem por entre espelhos. a voz não possui dono, nenhum rosto vaga. há o cheiro denso da terra, e tudo é labirinto. se entrevejo sorriso por entre essas espécies de flor sem madeira é desilusão próxima, prenhe nos passos sempre, balé dos equívocos. o cheiro forte, o gosto. o chão daquela cidade nessa casa é parede, tudo quanto é sabor na boca arde. e embota os sonhos com uma branquidão leitosa. nessa casa não existe você. nessa casa não há eu. quem há de haver se perde nessa impessoalidade, a luz acesa se ilumina é escuridão.

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