quinta-feira, novembro 11, 2010

cfa

me mastigava um pouco olhar para os outros e imaginá-los tão certos. falando concisos, analisando eloqüentes e específicos as direitas e as esquerdas.
quando eles usam esse tom encorpado eu me arregalo toda nesse dentro de mim,
criança acreditando que se foi falado é fato, sentindo o mundo diminuir ou aumentar embaixo dos pés.
nesses dias de cinza cálido perco esse chão diversas vezes.
então eu olho para o lado e vejo sorrisos,
ou pior, indiferenças.
como se todo mundo dividisse um segredo menos eu,
que é algo assim:
a vida é isso.
eu fico procurando ela (a vida) entre as dobras da mão,
neurótica.
procurando nos mesmos lugares
nunca acho,
já sem esperança de achar.

é nesses dias de cinza cálido e solidão difusa e opaca que eu leio caio fernando abreu.
sinto que se ele também não entendeu nada,
talvez não seja tão ruim assim.

Um comentário:

Luciana Ponce disse...

eu divido com você o segredo de não saber os issos da vida. beijo em você.