terça-feira, outubro 11, 2011

Casa 1

Invadiu o silencio com o barulho estupendo de uma porta estourando a sala. Entrou amparado em suas coxas troncos em movimento. Ali, onde todos se perdiam entre olhares que já não dizem mais nada. Ali, onde o silencio se instaurou como fala. Ele ousava gritar. Seus olhos vermelhos, e os braços, arrepio daqueles braços. Ali, onde eles se desenhavam com tintas vãs, corpos languidos se espreguiçando no chão, ervas antigas e sussurros. Ele em pé. Ele homem. Ele disse – a sala é minha. A primeira sala do mundo. E agora eu vou cavar o ralo, para que esse mar indócil possa escorrer.

Um comentário:

selene disse...

lembrei logo disso: http://www.google.com.br/imgres?q=david+lynch+twin+peaks&um=1&hl=pt-BR&sa=N&rlz=1R2ADFA_pt-BRBR402&biw=1600&bih=699&tbm=isch&tbnid=YspSZXghxw2OgM:&imgrefurl=http://industrialsymphony.tumblr.com/page/4&docid=7ZZxgNS_jbHEGM&imgurl=http://30.media.tumblr.com/tumblr_l758xeuvn71qbxszjo1_500.jpg&w=500&h=333&ei=4viZTsSXFZShtwfCpNmEBA&zoom=1&iact=hc&vpx=956&vpy=363&dur=359&hovh=183&hovw=275&tx=187&ty=56&sig=109919025356300559358&page=6&tbnh=153&tbnw=200&start=108&ndsp=23&ved=1t:429,r:20,s:108

apesar do tronco não estar nas coxas...