sexta-feira, fevereiro 24, 2012

luvas

rapidamente,
você olha meus dedos e desenha esboços.
constrói com tecidos sulcados, brochuras e brocados
as luvas que imagina.

já te adianto que minhas mãos são menos,
ou mais,
da imagem até linda que me faz.

bobagem essa.
deixa minhas mãos livres,
a pele da palma sabe a outras peles.
é firme o tato do contacto,
requer ausência de plano e de pano.

para alcançar o cerne violento
da delicadez.
nua, a mão requer que seja.
para tornar crua
a tez.


Um comentário:

selene disse...

suas luvas contrapõem minhas mãos: torneira.blogger