sexta-feira, fevereiro 01, 2013

praça camões

nas escadas da praça camões
a energia parece se organizar melhor.
me sinto num ponto preciso.

na linha do bonde mil pombas palomas
juntas e separadas
como os tantos jovens que dividem a escada comigo.
eles conversam
ou escrevem como eu.

na minha frente o sol se põe entre os casarões maiores,
ofuscando as pessoas que lotam os cafés da calçada.

a minha esquerda o rio se recorta
numa ladeira circular de sobradinhos coloridos.

me sinto precisamente exata onde estou,
não poderia estar em nenhum outro lugar,
em nenhum outro tempo,
nem milímetro nem segundo.

o sol abaixa, se esconde atrás das casas, depois dos morros, depois da terra.
e tudo vai voltar ao normal,
vai voltar a mover-se,
sem parecer tão exato, preciso, propício.

tudo vai dançar mais uma vez,
aparentando improviso,
num desenho bem mais antigo.

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