naquela cidade em que o menino morava.
essa cidade dentro da cidade, como ele,
que olhava.
no centro do espelho,
no meio do buraco
que a traça havia roido
num livro.
ele olhava para mim,
mas não me via.
e eu sinto falta
da ausência sincera
que o seu olhar
tocava sobre a minha pele,
branca demais.
luz baixa,
e móveis antigos.
sensações de um ontem antigo,
e a dor de uma cidade
cinemascope.
as coisas passam
como num filme
alugado sem pretensões
numa quinta a noite.
a flor do meu quarto
não tem cheiro.
mas não precisa de amor.
o olhar no espelho espera.
aguarda.
enquanto isso o vento sai de uma janela
para entrar por outra.
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