terça-feira, setembro 17, 2013

susto

Na madrugada o mais silêncio da calma e a violência mais perversa convivem. Os dois se açoitam, se encaixam. Um suspeita no outro uma eminência grave. Nada além de um latido distante de um cachorro. E se um homem aparecer ele pode ser mais forte do que eu.
Na madrugada não se pode ser a menina do apartamento 11 que gritará e a dona Edi sabe mais ou menos quem, e os moços da sky que insistem em parar na minha vaga. 3 da manhã e não importa meu nome.
Mas é também nesse silêncio que mais posso ser.
Ser esse profundo que sou e que já não tem nome.
Às vezes me assusto com o não nome que tenho.
Quando olho as coisas ao redor
e não me identifico com elas.
Eu sempre quis alguém que soubesse que no meio da noite eu sempre perco apenas um pé de meia.
Nunca dois, nunca nenhum.
Acho que não me importo mais com isso.
De ser conhecida pelos outros,
nessas sutilezas que eu achava eloquentes.
Agora eu quero me conhecer no meu silêncio,
no meu susto.



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