quarta-feira, janeiro 04, 2006

joão gostoso

sujeito grandalhão - acabado - cara de policial com dor de dente. Entra pela edícula direita, segue pelo patamar e alcança o banheiro.

- Já não somos crianças, os rostos não conseguem mais fingir não enganar (perderam a ignorância). Sempre máscaras. O rosto no deserto não tem forma, mas basta alguém olhar, que ele se transforma num holograma (entre mil). Os olhos, o olho, é a única coisa que resta de vivo, de real. É como um pequeno animal assustado, acuado na caverna. Estamos quase sempre perdidos.

Observa as rugas, os vincos, observa a pele cada vez mais grossa. Camadas e camadas de amargura...
Ele olha, as rugas vivas, a lhe magoarem o rosto, o sujeito liquidado.

- Dois espelhos postos um em frente do outro, abolutamente paralelos.
O que eles refletem? O que eles refletem??

Um instante diferente, e ele não seria o mesmo. No entanto, ele forma uma unidade, e essa certeza o dilacera. Ele pensa, ele e o corpo. Um só. Não poderia ser de outra maneira.

2 comentários:

Anônimo disse...

já me olhei noe spelho e pensei isso
não q sou gostosa..mas essa unidade pensamento mente diante do espelho é estranha pra caramba
bjos

Anônimo disse...

Aninha, parabéns pela PUC! Procurando o do meu namorado, vi teu nome na lista... beijos.