terça-feira, fevereiro 28, 2006
caledoscópio
Eu queria gravar as imagens que não saem do meu cérebro em folhas sem culpa, sem testemunhas dos meus inesperados crimes e das minhas fraquezas. Quando eu fecho os olhos e sinto prazer, nas dobras das memórias, e eu sinto prazer sob esse tédio imenso. As vezes penso tão rápido tentando ser sincera ao máximo, como se mentiras fossem como cascas de cebola, e então nada mais faz sentido e eu fico pairando num limbo silencioso e sem razão, que eles chamam de loucura.
não, eu não entendo
o copo de leite na mão, o pijama tão real quanto uma brochada, davam-na aquela aura morna de pão saído do forno. o pai deitado no sofá via o filme na t.v., e a menina via só a luz azul nas rugas dele. a dois passos da escada lembrou-se de ser simpática:
- boa noite - e liquefeu-se numa poça.
- boa noite - e liquefeu-se numa poça.
domingo, fevereiro 26, 2006
soneto da falta do que fazer (de como chegar às calcinhas em outras décadas)
ei broto, vamos pegar uma onda em bora-bora.
ei cocota, vamos embora.
juro que assim que você beber uma coca-cola,
vai perceber que eu e você somos um estouro.
ei baby, não se acanhe,
não me morda, não me arranhe,
não se assuste baby,
com minhas rimas baratas.
eu sei que eu não fui a escola,
que não sou judeu,
que eu cheiro cola,
no entanto, o melhor é começar do princípio,
ei pequena vamos nessa,
vamos fazer um filho!
ei cocota, vamos embora.
juro que assim que você beber uma coca-cola,
vai perceber que eu e você somos um estouro.
ei baby, não se acanhe,
não me morda, não me arranhe,
não se assuste baby,
com minhas rimas baratas.
eu sei que eu não fui a escola,
que não sou judeu,
que eu cheiro cola,
no entanto, o melhor é começar do princípio,
ei pequena vamos nessa,
vamos fazer um filho!
certa feita: amarelo e azul ficou simpático!
existia um gato que se chamava stevie wonder, ele era amarelo e gordo.
essa noite ele se escondeu embaixo de um fusca azul,
como os milhares de imperceptíveis felinos em baixo de tantos carros, em tantas noites.
eu andava, com passos cansados.
era eu e stevie wonder, stevie wonder and me.
super romântico sabe.
essa noite ele se escondeu embaixo de um fusca azul,
como os milhares de imperceptíveis felinos em baixo de tantos carros, em tantas noites.
eu andava, com passos cansados.
era eu e stevie wonder, stevie wonder and me.
super romântico sabe.
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
bridge over trouble water
qualquer maneira de amor valerá.
(hoje uma das flores polinizou)
o que será que será, que todos os avisos não vão evitar?
(hoje uma das flores polinizou)
o que será que será, que todos os avisos não vão evitar?
terça-feira, fevereiro 21, 2006
arde o tempo todo
eu to na lama
tantos motivos que ardem
ocultos no prazer barato dessas tardes de bar
tantos motivos que ardem
ocultos no prazer barato dessas tardes de bar
sábado, fevereiro 18, 2006
about lost memories, in a far far away holiday sunday.
como eu sei, porque nunca mais te vi.
(faz tanto tempo)
e também nunca mais ia te ver,
eu era outra outra outra pessoa.
(eu to tentando esqueçer, juro que to)
acho que numa tarde qualquer vai me invadir essa mesma melancolia,
mas acho que nunca vou esquecer.
obs: desculpem o inglês porco.
(faz tanto tempo)
e também nunca mais ia te ver,
eu era outra outra outra pessoa.
(eu to tentando esqueçer, juro que to)
acho que numa tarde qualquer vai me invadir essa mesma melancolia,
mas acho que nunca vou esquecer.
obs: desculpem o inglês porco.
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
zedentarismo
não me peça para garantir verdades,
minhas verdades não duram instantes.
as milhares de pequenas existências,
não duram instantes.
não me chame de mentirosa.
chama-me de esquizofrenica.
minhas verdades não duram instantes.
as milhares de pequenas existências,
não duram instantes.
não me chame de mentirosa.
chama-me de esquizofrenica.
terça-feira, fevereiro 14, 2006
porcos com asas
no meio da sala a menina, no sofá,
a menina linda. luz vermelha de bordel,
e muito café. pra todo lugar que ia,
a mesma tátil sensação, a boca,
a boca, mastigando cada pedaço,
fresco, de vida.
foi mergulhado, tudo,
no caldo do dia,
tudo lírico, eufemista, podia
segurar o mundo,
na ponta dos dedos.
mordia as esquinas, lambia
mamilos. era tudo salgado
e doce, e lindo.
extase escancarado.
a menina linda. luz vermelha de bordel,
e muito café. pra todo lugar que ia,
a mesma tátil sensação, a boca,
a boca, mastigando cada pedaço,
fresco, de vida.
foi mergulhado, tudo,
no caldo do dia,
tudo lírico, eufemista, podia
segurar o mundo,
na ponta dos dedos.
mordia as esquinas, lambia
mamilos. era tudo salgado
e doce, e lindo.
extase escancarado.
domingo, fevereiro 12, 2006
deixa-me ser fútil
olha, o colegial acabou,
morreu a grande instituição paternalista.
os amigos vão pelo mundo,
cada um em um canto.
daqui a pouco saio de casa,
nem falo mais com meus pais.
e sabe, eu nem sei mais quem eu sou.
acho esse um belo dum conceito de solidão.
morreu a grande instituição paternalista.
os amigos vão pelo mundo,
cada um em um canto.
daqui a pouco saio de casa,
nem falo mais com meus pais.
e sabe, eu nem sei mais quem eu sou.
acho esse um belo dum conceito de solidão.
domingo, fevereiro 05, 2006
vide bula
a vida tá me doendo,
dores de clarice,
dores de mulher,
dores sem razão.
as cores me machucam,
tudo me segura forte,
parece uma pataquada lírica,
pungindo embaixo do meu nariz.
ei, você, quem sou eu?
ei, eu, quem é você?
dores de clarice,
dores de mulher,
dores sem razão.
as cores me machucam,
tudo me segura forte,
parece uma pataquada lírica,
pungindo embaixo do meu nariz.
ei, você, quem sou eu?
ei, eu, quem é você?
as sardas de adalgisa
a coisa mais linda foi:
sua lágrima no meu olho.
era salgado e ardia
mas as outras lágrimas,
que eram minhas,
não eram só suas
eram do céu ao chão.
sua lágrima no meu olho.
era salgado e ardia
mas as outras lágrimas,
que eram minhas,
não eram só suas
eram do céu ao chão.
acho que é abbey road
eu.
eu só.
eu só vivo.
eu só vivo pra uma.
eu só vivo pra uma coisa.
"and in the end, the love you take, is equal to the love... you make..."
eu só.
eu só vivo.
eu só vivo pra uma.
eu só vivo pra uma coisa.
"and in the end, the love you take, is equal to the love... you make..."
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
eles dizem que eu sou insana
andei pelo escadão,
as pichações,
e o muro de heras.
o chão, a parede, só sobrava o céu.
me senti dando descarga,
tudo girando, girando, sugando,
e no fim do escadão eu já era uma pessoa diferente.
aí eu acordei,
mas já não sabia quem eu era.
passei duas horas deitada nua,
e vi meus mamilos endurecerem.
eu não queria sair da cama,
fora da cama não era macio,
como o colchão e a luz laranja.
saiu o sol, e como sempre,
obscureceu minhas certezas.
sabe..
as pichações,
e o muro de heras.
o chão, a parede, só sobrava o céu.
me senti dando descarga,
tudo girando, girando, sugando,
e no fim do escadão eu já era uma pessoa diferente.
aí eu acordei,
mas já não sabia quem eu era.
passei duas horas deitada nua,
e vi meus mamilos endurecerem.
eu não queria sair da cama,
fora da cama não era macio,
como o colchão e a luz laranja.
saiu o sol, e como sempre,
obscureceu minhas certezas.
sabe..
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
ceci n'est pas une pipe
"
sem contenção
sem contenção
cabe a razão de cada um ter sua visão
"
ei. to ficando nervosa.
sem contenção
sem contenção
cabe a razão de cada um ter sua visão
"
ei. to ficando nervosa.
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
tão seu - skank
Eu sinto sua falta
Não posso esperar tanto tempo assim
O nosso amor é novo
É o velho amor ainda e sempre
Não diga que não vem me ver
de noite eu quero descansar
Ir ao cinema com você
Um filme à toa no Pathé
Que culpa a gente tem de ser feliz
Que culpa a gente tem, meu bem
O mundo bem diante do nariz
Feliz aqui e não além
Me sinto só, me sinto só, me sinto tão seu
me sinto tão, me sinto só e sou teu
Não posso esperar tanto tempo assim
O nosso amor é novo
É o velho amor ainda e sempre
Não diga que não vem me ver
de noite eu quero descansar
Ir ao cinema com você
Um filme à toa no Pathé
Que culpa a gente tem de ser feliz
Que culpa a gente tem, meu bem
O mundo bem diante do nariz
Feliz aqui e não além
Me sinto só, me sinto só, me sinto tão seu
me sinto tão, me sinto só e sou teu
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