domingo, março 18, 2007

macunaíma

não me freio. hoje não. me recuso. hoje sou, e ser é enorme. o carinho me atormenta feito flecha, e isso tudo porque o recebo com o peito aberto. estou cultivando as veias saltadas, cheias do sangue pulsante que mais uma vez denuncia vida. num espasmo o corpo digere o mundo que se espalha por aqui: é cremoso e branco, é um mundo nu que tenho em minhas mãos e enche os olhos de alegria. os espasmos soltam lágrimas. hoje não deixo de dizer nada do que me cabe porque tive a coragem de ser: fraca, morna, lisa, mulher, ser. esse foi o dia que eu disse, olha, deixa disso, nem tudo é pressa, nem tudo amor, e eu estou nuinha aqui pra você fazer o que você quiser de mim. e isso eu disse pra vida. ela riu de mim, rimos juntas, de mim e dela. ainda estamos aqui, quietas, uma rindo pra outra.

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