sexta-feira, agosto 15, 2008

olhos de vidro

de repente saudades
daquela fragilidade escancarada na janela.
do medo daquele cabelo escuro,
(que pra mim eram como o seu ser mulher).
e da sua pele bem branquinha,
(como a menina, bem menina).

andávamos, iamos, nunca pra um onde.
e ela nunca deixava a janela.
olhava o sol, o vento batia nos cabelos,
viagens, noites, conversas,
sempre pra ser olhada da janela.

e de repente saudades.
não exatamente daquela figura distante,
distante do meu carinho,
mas de um olhar perdido no tempo.
olhar terno,
num paradoxo destemido
(pois tinha medo dos outros, mas não de si mesmo)
olhar terno,
perdido pelo caminho.

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