tudo que mais me equivalia ausente no meu corpo.
como inventar um deus e um diabo
e os colocar diariamente na mesa de cabeçeira.
eu não sabia, exatamente, se era noite ou se era dia.
isso porque tudo reverberava como informação,
tudo.
o passado e o futuro.
enchendo-me aquele presente de matéria.
sei que chovia,
o céu vinha do azul e ia pro cinza
num fundo branco.
as árvores inutilmente cobriam minha cabeça,
tudo chovia
dentro e fora.
as pedras.
a lama, a terra.
o vento a chuva.
e o medo da incerteza.
e se então tudo alagasse
e se o mundo mesmo acabasse
nada mudaria,
exceto que esse grande vazio que nos faz andar,
ganharia plena vida
e viraria pânico.
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