domingo, agosto 17, 2008

rito

fárois marcam o nosso tempo essa noite.
verdes, vermelhos, proibições alternadas.
eu não respeito fárois quando a noite me toma pelos braços,
os fárois nunca me respeitaram,
apenas fitam-me irônicos.

verde, vermelho.
olho-te de esguelha,
não tenho medo nem de mim.

verde,
triste que a coragem seja da bebida.
sinto-me a marca do suor da semana a marcar-me a camisa.

verdes, vermelhos.
rés liberta do dia,
do pasto, da vida.
vingo-me de mim mesma,
de uma outra,
perversa,
que mantem-me sob custódia,
chantageando-me com minha própria cabeça entre os braços.
ri alto. luxúria entre os dentes.
é a neurose das mulheres,
um pouco histérica, ansiosa,
tem de tudo um pouco,
de toda essa massa homogênea do pior que há em ser mulher.

verdes, vermelhos,
rio dela,
com os dentes cheios,
se vermelho, é sangue.
a desafio,
sei que do de mim que a pertence sou eu
- alma e corpo.

passo rente aos abismos dessa cidade,
passo em todos os fárois errados.
verdes.. vermelhos...
querendo acordar com a cabeça na calçada.
que ciclo que quebro,
e em que ciclo que me afogo,
afagando vagos dionísios.
verdes e vermelhos.

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