quinta-feira, dezembro 03, 2009

hoje

eu estou na ilha informática do senac.
aqui está cheio de gente terminando os trabalhos de último hora.
eles não ligam para quase nada disso.
talvez eu também não.
a gente tá aqui por pouca vontade,
porque as escolhas são escorredias.

eu queria viver de escrita e morar num lugar tranquilo,
bem bem longe de são paulo.
mas eu moro aqui e todos os dias não entendo porque não sei ser feliz.
alguns deles também.
por isso a gente vive procurando catarse,
purgação, polução.
a gente trepa para aliviar o corpo,
bebe pra aliviar a mente,
e vê t.v. pra aliviar a alma.

aí a gente acorda,
mesmo sendo tão improvável,
e sai de casa a procura do encontro.

mas como,
se a gente não tem calma,
se a gente não tem corpo,
alma, mente, presente.

a gente pega o passado e se masturba nele,
ou então chora e ri por um futuro ontologicamente impossível.

a gente vai deixando as coisas virarem florestas na cabeça,
por excesso de criatividade
e pouca paciência.
também não conseguimos mais esperar nada,
isso não.
as florestas mentais vão crescendo,
comem de tudo,
lixo, música.
são lindas elas,
nos distraem,
e vão dando voltas na cabeça até tapar os olhos.

aí você leva um chute na cara e acorda,
no presente.

6 comentários:

Anônimo disse...

um dia te levo embora daqui e te tiro todo esse cinza de dentro

Anônimo disse...

e aí são paulo vai ser só um pesadelo distante

Anônimo disse...

e a vida real vai ter mar, pimenta rosa, horta, jornal e bolsinha de remédios.

Luciana Ponce disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Ponce disse...

Saudade.

Alinne Barbosa disse...

Caramba ... Aos poucos a gente vai mudando o foco. (...) Nem pensa. Vai indo junto com as coisas.Quando menos espera ... passou a vida .. passaram os sonhos ... e a gnt do mesmo jeito!

E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado.

Gostei da postagem!