eu estou na ilha informática do senac.
aqui está cheio de gente terminando os trabalhos de último hora.
eles não ligam para quase nada disso.
talvez eu também não.
a gente tá aqui por pouca vontade,
porque as escolhas são escorredias.
eu queria viver de escrita e morar num lugar tranquilo,
bem bem longe de são paulo.
mas eu moro aqui e todos os dias não entendo porque não sei ser feliz.
alguns deles também.
por isso a gente vive procurando catarse,
purgação, polução.
a gente trepa para aliviar o corpo,
bebe pra aliviar a mente,
e vê t.v. pra aliviar a alma.
aí a gente acorda,
mesmo sendo tão improvável,
e sai de casa a procura do encontro.
mas como,
se a gente não tem calma,
se a gente não tem corpo,
alma, mente, presente.
a gente pega o passado e se masturba nele,
ou então chora e ri por um futuro ontologicamente impossível.
a gente vai deixando as coisas virarem florestas na cabeça,
por excesso de criatividade
e pouca paciência.
também não conseguimos mais esperar nada,
isso não.
as florestas mentais vão crescendo,
comem de tudo,
lixo, música.
são lindas elas,
nos distraem,
e vão dando voltas na cabeça até tapar os olhos.
aí você leva um chute na cara e acorda,
no presente.
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6 comentários:
um dia te levo embora daqui e te tiro todo esse cinza de dentro
e aí são paulo vai ser só um pesadelo distante
e a vida real vai ter mar, pimenta rosa, horta, jornal e bolsinha de remédios.
Saudade.
Caramba ... Aos poucos a gente vai mudando o foco. (...) Nem pensa. Vai indo junto com as coisas.Quando menos espera ... passou a vida .. passaram os sonhos ... e a gnt do mesmo jeito!
E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado.
Gostei da postagem!
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