quarta-feira, março 10, 2010

restos

Últimas semanas intensas,
de nado contra corrente.
Agora o corpo que acorda se extingue,
a garganta dói com secura e tristeza.
Os olhos olhados pelo espelho,
restos negros de sonhos interrompidos.
Os esforços são vãos.
Ninguém olha esse corpo eco que perambula pela cidade 
como força contra-gravidade.
Os óculos escuros deixam seguir,
tapando as lágrimas que soam como ofensas.

Nadar contra a corrente deve dar fome, dor e cansaço.
Agora desses
só sinto a morte.
Cansaço inverosímil 
de vidas mal dormidas.

Nenhum comentário: