quarta-feira, março 09, 2011

noite

Eu estou deitada na cama à espera.
Sinto suas mãos se escorrendo pelo meu corpo, em nada parecidas com as metáforas sem osso dos poetas, que falam em água e fogo.
Suas mãos são de carne, sólidas e macias.
Elas sabem por onde ir, e vão, com ferocidade e segurança.
Sinto minhas costas se arqueando à mera sugestão de um arrepio,
e sua língua roxa entrando por cada curva e esconderijo do meu corpo.
Nos descobrimos em tato e gosto, envoltos nessa dança anfíbia.
Se suas mãos rudes quase machucam os momentos em que minha pele é mais delicada, sua umidade quase me cura, amolecendo-me numa zonzeira doce, para o começo do meio do fim - a rija entrada do seu corpo no meu.

5 comentários:

Luciana Ponce disse...

quando eu li, pensei que podia ser. hoje reli, chorei.

aninha disse...

chorar não.... que "a vida é bela para quem sambar..."

Luciana Ponce disse...

mas que mal tem em sambar chorando?

Ana Roman disse...

ai então tá bom

Luciana Ponce disse...

bom bom!