gritando números imaginários de fila de espera.
ouvi seu rumor, lento anticoração,
conclamando o mundo a uma só ordem.
ouvi o silêncio responder a cada batida com estupefação,
ouvi as gotas vazando em cima do tapete.
ouvi os segundos passando em semáforo e areia.
vi saturno estalando os dedos,
e caçando seus filhos a agulhadas.
senti a dor profunda do tempo pedindo por seus nove homens e mulheres,
olhando para o ar, na fila do horizonte.
segui os ponteiros,
que apostavam corrida uns com outros,
eterno retorno ao mesmo lugar.
olhei o relógio na minha mão,
olhei o relógio no meu peito,
e senti que ele era dor,
dor de algo que não é tempo.
4 comentários:
quando os silêncios inventam de ser relógios, nem saturno segura.
(existe um luvar certo?)
lugar, não luvar.
o lugar é o espanto de compreender.
acho.
e o seu?
hoje seria um picolé de lençol no alasca. amanhã já não sei.
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