quarta-feira, agosto 17, 2011

branca

não sei por que minha mão se fecha tão bruta no seu pescoço alvo. talvez seja o meu senso de proteção. que quer te dar um lar. quer te amamentar com cachaça e bom ar. o meu seio sentido, o meu sexto imenso senso, para você e talvez para mim. não sei se é a morte que te quero enfeitiçar. talvez eu simplesmente queira te matar, como um dia quis no berço a morte. talvez eu queira te conter, como se contêm o mar. mergulhar, adensar, sufocar, e sair molhada e sem posses. talvez eu queira te ferver, para poder ver a água partindo lúcida manhã por cima das montanhas longe longe. talvez eu simplesmente queira te amar. mas então não entendo minhas mãos correndo em perigo, nos errados lugares dos lugares antigos. navalhas, socos, unhas levantadas, violências amorosas e o desejo de contenção. eu devia te amar sem mãos, só bocas, umidades escusas, cheiros e curvas. as armas não letais que ser mulher me deu.

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