a mão estica os músculos sutis alcançando
o que o estômago não pode mais suportar.
a mão contínua em cima da toalha cor de ocre.
o vinho se move abrupto dentro da taça
e os olhos riem em uma órbita impassível.
os olhos sabem da mentira,
e principalmente do desespero,
da mão
que não consegue ficar no lugar.
ao primeiro gole
a garganta desagradece
e o estômago recorda antigas mágoas.
as mãos se movem
deslimitadas
tingindo os dentes de púrpura
e a barriga de fome e sica.
os olhos já nem ligam
riem
riem envaidecidos
e ministram infinitas promessas.
trêmula,
a mão alcança o colo,
tenta o descanso,
descaso.
os olhos temem a fraude.
tentam te examinar
enquanto você também me olha.
os olhos
tentam substituir com brilho,
com o movimentar incessante das mãos
e das palavras,
a ausência sólida e abrupta
do olho,
e de outras taças.
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