quarta-feira, abril 24, 2013

plástica

AS flores brancas amassadas do lado da cama. Quem teria extraído até o último cheiro da flor. Estupro da flor. E de manhã acordar com o sol já quente. O corpo velho. Garganta seca. Palavra seca.

(miudezas. é no espaço do entre, das delicadezas, que se escondem as grandes tristezas.)

E quando as lágrimas não chegam. E quando as flores dão asco. E quando o viver apavora. E quando os copos acabam.
É nessa hora que ficamos com as pequenas alegrias.
As cores estridentes das flores de plástico.

2 comentários:

Anônimo disse...

https://soundcloud.com/cancoesvelhas/05-sambinha-cancoes-velhas?in=cancoesvelhas/sets/cancoes-velhas-para-embrulhar

peri pane e arrudA - sambinha

sou igual a todo mundo/
nesse mundo sem lugar/
ando pelo lado impar/
procurando par/
sou igual a todo mundo/
nesse mundo veja bem/
todo mundo quer alguem.

(enquanto isso
nos trópicos,
amores platônicos e outros
psicotrópicos,
com gosto de lágrima,
e efeitos ópticos.
enquanto isso nos trópicos,
tipos comuns,
e outros tipos,
exóticos.
aquela cara metade,
saudade,
de sentir
saudade.
enquanto isso
você pensa que é noite.
enquanto
o sol ainda arde.)

sou igual a todo mundo/
nesse mundo sem amor/
ando pela avenida/
te procurando flor/
sou igual a todo mundo/
nesse mundo veja só/
o enredo eu sei de cor.

drummond disse...

"e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria."