quarta-feira, julho 12, 2006

eu-lírico, cidadão do mundo

meditação, heroína,
meu nirvana encarnado não se encontra tão longe.

me lembro da meninice, um velho careca magro e funcionário público,
atrás de uns livros que chamavam "para gostar de ler".
pra mim, no máximo, ele preenchia formulários,
mas aquele homem, meu deus, dizia coisas tão belas, e tão próprias.

quando o leio percebo, toda santa vez, que quem escreve não é o careca velho, não tem nariz, nem sequer boca (por mais que as vezes afirme o contrário).
sabe, escrever é a transcendência absoluta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aninha, velha amiga, te reconheço e te saúdo.
Houve um tempo em que a nota de 50 tinha um desenho, uma caricatura, dum velho magro careca funcionário público, e um trecho, escrito em letras microscópicas:

"...
Caminho por uma rua
Que passa em muitos países
Se não me vêem, eu vejo
E saúdo velhos amigos
..."

Escrever é transcender.