sábado, novembro 17, 2007

perigos noturnos

abriu-me no peito com armas de cobre os buracos sem nome, de anos, de todos. foi chamando que aos poucos virou-me do avesso até que não tivesse mais sombra. até que da matéria restasse apenas o verbo. como uma carne oca as pernas tentavam seguir pairando na mesma antiga despretensão de possuir apenas medos. a falta de algum pensamento a refletir a vermelhidão do sangue brotando das entrelinhas. os passos queriam seguir, atingir com precisão a nudez destinada. inclinavam-se fundo no gozo intépido a que estavam dispostos. ser como uma palavra estalada na língua, nada mais do que uma face sem nome.

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