terça-feira, setembro 16, 2008

poesia

E foi-se o tempo em que, para ser bom poeta, era necessário cuspir sangue. Para ser bom médico, bastava a poesia de cortar a pele acessa, e dela ver brotar o mesmo sangue. Bom era o tempo em que vivia-se a lama grossa, e dela não se falava. Agora a lama do poeta maldito é não ter pro aluguel, agora a lama é levar corno (e quase achar bom).
Muito mais poetas as crianças viciadas em crack, equlibrando a boca entre a chupeta e o cigarro, náusea aguda, mas agora sem flor. Muito mais poetas.
Agora mal se escreve, surgem no horizonte apenas esses esquemas todos (tolos) da palavra. Ou de engenheiros, ou de desertores. Porque poetas não, apenas mal poetas.
E mesmo sabendo da hipocrisia de um cigarro acesso, mesmo sabendo da possível alegria de um poeta melancólico. Sabe-se que agora não há poesia, apenas má poesia.
Dos poetas de hoje, os sóbrios se entopem de história (ler escrever para se esquecer de ser), e os ébrios... ah, os ébrios.. contam o tempo em miligramas de prozac.

4 comentários:

Anônimo disse...

sinto uma estranha simpatia por vc.

aninha disse...

talvez piedade.
(ou terror, tudo o que é próprio da catarse)

Anônimo disse...

entre os 2, terror, sendo pieade praticamente impossivel. mas ainda acho q simpatia faz mais sentido.

aninha disse...

bacana.
simpatia parece bom,
na verdade.