quinta-feira, novembro 27, 2008

odor

a noite com seus ombros lilás,
cai sob mim.
as janelas tão pouco me dizem,
e escuto o seu telefone tocando do outro lado da cidade.
- sou eu quem te liga.
os seus sonhos escorregam da cama com gentileza.
alcançam o chão, massa porosa,
abandonam-te no meio do breu.
os meus sonhos te enxergam,
és de outros,
e não me pertence,
como nunca pertenceu.
chamo teu nome, grito teu nome,
essas vozes não deixam meu corpo,
no entanto percorrem cada nervo, cada pelo.
enquanto você se perde na sua noite,
eu te procuro na minha.
nesta guerra de trincheiras ninguém ganha,
ninguém sente o teu cheiro.

Nenhum comentário: