segunda-feira, dezembro 08, 2008

os anéis do imperador

entre os dedos os anéis do imperador,
passavam pelo castelo como segredos.
ninguém bem sabia onde estavam,
os anéis do imperador,
quando o dia começou a tardar.

a mulher que lavava o chão a panos quentes demorava,
caminhava seus passos sãos e seus embrenhada na escuridão.
o guardador de gansos dormia a sono forte,
embora não sonhasse.
no castelo nada acontecia,
como deveria de não o acontecer com toda história.
na câmera real o imperador tinha os olhos abertos,
fitava os horizontes escondidos nas paredes.
não pensava, pois nada era mais pensável do que se estar ali.
ele tinha as mãos dispostas ao lado do corpo,
nuas.

e nua também sua mulher,
e o encarregado das palhoças.

enquanto a noite eterna tomava o castelo,
passavam anéis no escuro,
os súditos do imperador.

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