carregar a pedra líquida com as duas mãos.
os poros, por pressão, a aguentam juntos.
a pele é branca, e seu interior se projeta infinito-negro por sob as raízes.
depois da chuva os armarinhos reconstroem seu repertório,
os insetos voltam a picar.
aqui
nessa terra sem montanhas
a chuva dura pouco
e o céu azul logo se torna face usual.
se houvesse vento
eu juntaria as mãos te mandando beijos.
não há,
então as junto em prece e canto oração.
fica nas costas a marca da terra.
os pés falam cansaço,
nunca canções.
mas a língua se multiplica pelas ruas,
os jotas e erres.
o sibilar e a garganta.
aqui os olhos que passam não fixam a matéria vida.
dessapegados, gêmeos,
geminianos.
deixam-se passar fácil pelas galerias.
a garganta cede,
o som ruptura do silêncio,
quebra gutural saliva.
a palavra se forma,
tende a rua.
passeia junto com os olhos.
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