Eu vi a mudança,
entendi como aquela aparência frágil de lar se constituia.
Eu vi os homens passando,
e senti o cheio forte deles.
Eles eram pais, filhos, maridos, namorados.
Eles trocavam as lâmpadas,
consertavam, seguravam, trocavam.
Eram Homens.
Eu vi tudo isso acontecendo.
Sei do começo o que permaneceu.
Eu vi o seu rosto,
de alegria e orgulho,
por compor em um espaço em branco uma improvável melodia
de segurança aconchego afeto.
A casa é a mesma,
mas há suas faces.
Há os animais que ela abriga,
os personagens que por ela passam.
Os amigos,
as noites embebidas de álcool.
O gozo alto,
as brigas.
A tudo isso eu assisti.
Hoje, cansada, eu me guardo sob suas paredes,
ausculto suas paredes.
Escuto um barulho baixo,
um rumor,
um pulso.
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Um comentário:
Isso que dá olhar além das paredes, nos sulcos das entranhas... Ainda bem que pode-se velar e revelar verdades...
Esquecida
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