apoie a xícara de chá preto no mármore e espera a tintura difícil da erva invadir os veios da pedra.
todos os dias. espera. deixa o tempo em seu verbo - passar. olha o olho escuro e pálido que te encara da ponta da mesa. olha no fundo dessas olheiras cada vez mais densas. uma hora esse olho negro vai te olhar e você vai sentir algo. vai abrir os botões da blusa e com as mãos sem hesitar tirar o peixe vivo que brota de dentro das costelas.
olha para o olho mais uma vez.
ele ainda te resguarda. olha e tenta entender: a ternura insuspeita de um olho que ri.
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