domingo, julho 01, 2012

tanto

hoje tanta coisa.
a retina chama outras imagens por cima das que já tem.
hoje tantos lugares
transparentes em cima dos que eu estava.
o deserto caminhando nas pedras secas do vale. as luzes amarelas chamando carnavais de prédios bem antigos. praças, vistas, sensaçoes teimosas agarradas nos cabelos da nuca.

hoje tanto.
e a noite queda-me uma sensaçao de nao estar em lugar algum. a chuva fina rala meus passos na calçada constante. caminho em algum sempre. chego. e entao envelheci. nao me lembro mais por que caminhava. o tempo presente nao se recorda de nada. as costelas estao cansadas, os pés se tocam com frio. a noite é absoluta. senhora. encobre-me e diz que é tarde. que durma. poe as maos grossas em cima dos meus cabelos e diz que ainda é cedo, que esqueça. a noite passa, brinca no meu colo. me lembro de um tempo ontem, de um tempo talvez amanha. ele se torna agora, e durmo mais tranquila. alegria agasalhando a velhice que por ventura apareça.

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