naquela noite indecente
em que você baixou o pano
e inventou na musica
o azul, no gim
a solidão
e na solidão
a ausência completa de mim.
naquela noite indedente,
longa noite,
você inventou a morte
no lampejo de carinho
aceso
mesmo nas noites sem lua.
tantas coisas que você inventou,
e eu continuei cantando a musica,
como um samba enredo
que inventa para si mesmo
que o carnaval não acaba.
tantas coisas que inventou, que inventei, que inventamos.
e no final sobrou quase nada,
esse ar que vem da janela,
esse pó, essa cinza,
melhores num poema,
do que numa raiva.
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4 comentários:
"Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima." leminski
fazia tempo que não vinha aqui. bonito como sempre, com ou sem lua. saudade!
Depois do gim
É bom pra tonica
Mas ruim pro rim.
você que inventou o azul
no gim. e na solidão
a ausencia completa de mim.
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