domingo, junho 17, 2007

chá de romã

enlaço o chá nas mãos, até o ponto que ele permite (e ele não permite muito, vai logo queimando minhas mãos, minha língua. é um amor difícil). ele esfria, como tudo há de esfriar, todos somos iguais, é só esperar esfriar. entorno em vagos goles, mata a minha sede, e intermitente, me chega a boca o profundo cheiro do nada.
pois não é como se fosse cheiro algum, pois está lá. é o profundo cheiro do nada. enquanto isso volto a minha atenção ao filme que passa. que babaca, sem propósito algum. e eu penso no que penso. minha cara, sem propósito algum. como se nadasse e meus pensamentos fossem espuma do mar, não importa que não tenha nada além da espuma, o que importa é que eu sinto.. :que há algo, só não sei se já encontrei.
dou mais um gole no chá,
como um tapa na cara a verdade se revela:
o profundo cheiro do nada.

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