sexta-feira, novembro 21, 2008

saberás

uma coisa atrás da outra.
o método do que aconteceu.
perguntaram quem eu era.
e eu respondi.

eu era o que fora de mim me repetia.
os discos os livros, os conhecidos.
e que fora de mim não me era,
isso era o desconhecido.

e de repente o que de mim o que mais eu gostava.

um ano vazio se passou.
livros lidos,
logo apagados pela velha amnésia.
o que será feito nesse antigo ano?
coisas feitas por alguém que não jurei lembrar.

eu escuto sua voz e quantas barreiras ela vence na noite.
é frio e a paisagem mais verdadeira do que nunca consegue chegar a esses olhos caducos.
a vida é bonita e sempre é.
basta os olhos bonitos.

não quero me restringer a fazer algo bonito,
até porque quanto mais o penso mais me afasto,
da sinceridade dura, seca, dentro de mim.

seus lábios estão úmidos, seus seios permanecem distantes.
todos seus traços confundo com melodias,
infames, infames.
morro na praia da sede de te enxergar.

um dia me olharás de um porta retrato.
e esse olhar obliquo,
agudo.
é o que restará de um amor morno como uma quentinha esquecida frente a porta.
e meu amor viajará com o mesmo vento do filho pródigo.

não sei te explicar minha independência.
mal sei te amar.

3 comentários:

aninha disse...

as vezes você é tão louca, que eu até tenho pena de você.

Anônimo disse...

Pena não é um sentimento
é só mais um sintoma, mais uma distância de quem se pensa superior

Ana Roman disse...

dizer e pensar as coisas sem dialética é que é a distância de quem se pensa superior..