quarta-feira, fevereiro 23, 2011

azul

deixa eu deitar aqui. deixa eu ver o céu se fechar. deixa vir
é noite ou chuva.
deixa a imensidão azul cair nos meus olhos,
e entender qualquer coisa ou quase nada.

A cada volta que ela dá
a barra do vestido da rainha vem me molhar.
ela dança longe longe
não vejo o baile,
mas escuto os tambores.
eu vejo é a fumaça
que acompanha tão bem
a embriaguez do fígado ou da alma.

o rosto moreno dela se esconde nos passos e véus,
se ela olhar demais nos seus olhos
gira gira e puxa muito
labirinto de se afogar na escuridão.

respira fundo,
aqui você é pequeno demais.
estica os pés.

Lá em cima o moço fecha os passos fazendo a corte,
seu terno branco, anoitecido
é negro e negra é a ferida.
os dois se chamam
cachaças e excessos,

segredos sussurados em ventos,
danças correntes de ar,
a noite elétrica profunda e azul.

perder o pé, o gole
deixa-los dois
e dormir aninhado em amplidão.


de manhã a luz é pouca com cuidado para não os acordar.
tudo é ressaca, preguiça.
na praia sozinho você se estica,
flores e garrafas vazias.


5 comentários:

porco disse...

não sei o que aconteceu, chorei.

Ana Roman disse...

chorou porque não é um porco,
é rato.

vamos viajar nega,
vamos ver o mar.

rato disse...

os ratos não sabem se choram de amor ou de loucura.

vamos ver o mar! 'foi beira mar, foi beira mar quem chamou!' - salve Clara!

aninha disse...

neeeeega, li um texto que você PRECISA ler.

entende?

é da ines pedrosa, chama "só sexo"

rato disse...

eu vou procurar! quero ler.. quero muito! É o que você falou? Ou é outro... Tinha entendido que o que vc falou era coisa sua... beijo na ponta do narizim!