domingo, abril 10, 2011

cego

minhas mãos estão tão mudadas desde o começo dessa noite. vejo elas se mexendo a procura de algo que não anoiteço de saber. não servirão os goles ácidos de alguma bebida qualquer. a abundância se escondeu na sombra desse mim. sem horrores ou apegos, minhas mãos estão procurando alguma espécie de verdade. vejo elas saindo dos meus braços. se contorcendo sem dor. se embrenhando na trama úmida da noite. de longe as estrelas parecem afiadas, mas se elas tocam as falanges é como o veludo. o céu é o cobertor desse instante, e se minhas mãos procuram algo nessa escuridão é por também não ter olhos.

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