quarta-feira, abril 13, 2011

ou não

mal sabe que ao falar
trama as águas salgadas em que irei mergulhar.
conhece o gosto dos morangos, a cica vertical dos kiwis, a doçura, a cor, e o tecido da manga.
já sabe em cima o céu abaixo a terra ou mar.
quase sempre se perde
nas amarras abstratas do pensamento.
suas cores são vermelhas, marrons, brancas e pretas.
ou então azul tão profundo que se olhar muito é de se perder.
fora há um mundo factual, perfeito se ninguém o olha.
entre há todos os sentidos a deformar as coisas dessa terra.
dentro há algo que não se toca, não se sabe, não se vê.
dentro há o fora, há o entre, e há o dentro.
entre agir, cuidar, pensar, sentir,
antes,
me perco
onde termina o corpo
e começa a vida.

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