domingo, maio 22, 2011

pois é

tudo tão pequeno.
tudo tão mediocre.
eu lembro.
eu lembro - da manhã acesa
eu quase lembro
daquela casa pronta.
eu lembro
de uma carona
de fusca amarelo.
nem sei em que vida foi,
sei que foi
que foi até o fim.
eu lembro
do dia ser belo.
eu sei
do sol amarelo,
o gosto
daquela fruta seca.
nem sei em que vida foi,
mas na cachoeira
sereia ia, sereia vinda.
E era,
entre cervejas,
o gosto
acre da bebida
nos era
possível -e assim
éramos nós.
E hoje,
tudo impossível.
Os filhos,
e também o alcoól.
eu lembro daquela quadra.
daquela cor
e era eu
e era eu
e era quase um nós.
faz tempo e é impossível conter:
todo esse tempo num ser.
e era eu,
e era nós
e era o tremendo poder.
era o silêncio de ser,
e era belo.
e ainda é.

sinta.
e sentirá.

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