segunda-feira, fevereiro 26, 2007

helion

os dias me secundam antes de tudo.
seguimos juntos por esses vales,
bebemos águas frias e raras que descem nos córregos,

nós,
o pastor e as ovelhas.

na verdade são todos dias de sol,
e de som.
seguem todos tranquilos,
e quando não,
é porque ao final das contas há sempre uma ovelha negra.

compreendo então, de certa forma, a vida que arde em mim e arde no mundo que há dentro e fora de mim, compreendo o arder, compreendo essa força energética imensa que me leva a crer num certo algo a mais. compreendo como a magnética subterrânea dessas verdades não me deixa seguir calada com o meu rebanho.
então apoio nas mãos (que surgem dos antebraços dobrados) o queixo, e me abatem as ovelhas negras, persuasivas, sinceras. a força fundamental da vida que não se deixa enganar por esse cotidiano corrosivo.

e o medo por fim. o medo.
que nos segura até o fim dos dias.
como pobres pastores arrebanhados por suas ovelhas.

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